16 de Maio de 2010

O presidente da produtora de painéis termodinâmicos Energie denunciou hoje«claros conflitos de interesses nos institutos públicos» do sector energético, atribuindo-lhes a polémica que rodeou a empresa no ano passado e que a «impede de crescer» em Portugal.

 

«Há pessoas que trabalham em alguns organismos e institutos públicos e ao mesmo tempo em empresas nossas concorrentes e que fazem pressão e todo o tipo de malabarismos para não se cumprir a lei e excluírem a Energie. Foi isso que aconteceu», afirmou Luís Rocha, em entrevista à agência Lusa.

Em causa esteve a designação «solar» usada nos painéis termodinâmicos da Energie, que chegou a estar incluída na campanha de apoio do Governo à aquisição de colectores solares térmicos, mas foi excluída uma semana depois, após vários especialistas e a Sociedade Portuguesa de Energia Solar (SPES) terem argumentado que o que a empresa fabricava eram bombas de calor com recurso secundário a energia solar.

A certificação 'SolarKeymark' dos painéis da Energie acabou por ser cancelada pelo laboratório alemão Dincertco em Julho, um mês depois de ter sido atribuída, mas após contestação da empresa viria a ser reposta em Setembro.

Instalada a polémica, a Energie acabou excluída da campanha governamental, tendo vendido «uns 10 a 15 painéis» durante a semana em que os seus produtos beneficiaram da comparticipação pública.

«As vendas foram exponenciais em apenas uma semana e penso que isso atemorizou alguns dos potenciais concorrentes», afirma Luís Rocha.

Garantindo que os painéis da Energie estão«completamente dentro da lei», o empresário reitera que se trata de um produto solar, cuja «principal fonte de energia é o sol» e que até «consome menos que um sistema tradicional», apresentando um «rendimento renovável sempre superior».

«O Energie é uma unificação de duas tecnologias incompletas: o painel solar térmico tradicional, que tem mais de 50 anos, e a bomba de calor. Estes dois equipamentos só por si não garantem as necessidades em grande parte dos países do mundo, pelo que a energia solar térmica teve que evoluir e aliou o painel solar a uma bomba de calor», explicou.

Para Luís Rocha, «a terminologia que se deve dar a este conjunto é claramente de um sistema solar termodinâmico».

«Mas nem discuto isso, se os eminentes senhores professores lhe chamam outra coisa qualquer que chamem, o que vale é o que consta dos documentos», acrescentou.

Documentos que, frisa, lhe permitiram integrar vários sistemas energéticos da Europa, onde os equipamentos da Energie beneficiam dos subsídios públicos: «Por exemplo, em França o Governo subsidia a 50 por cento os nossos equipamentos e os sistemas solares a apenas 35/40 por cento, pelo que temos uma mais-valia e daí o nosso grande sucesso nos países europeus», disse.

Segundo o empresário, o funcionamento dos actuais sistemas solares «tem vindo a ser escamoteado», já que «qualquer sistema solar, para satisfazer a totalidade das necessidades de água quente, consome energia eléctrica e brutalmente».

Lusa / SOL

publicado por adm às 22:39

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