Duas usinas serão construídas no deserto da Califórnia e outros cinco projetos devem ser autorizados ainda neste ano
As propostas para as primeiras grandes usinas de energia solar construídas em território norte-americano receberam aprovação final do secretário do Interior Ken Salazar, o que reflete a determinação do governo Obama para promover as energias renováveis em face da inércia do Congresso.
Duas usinas serão construídas no deserto da Califórnia em um programa que se enquadra no próprio esforço agressivo do Estado para impulsionar o desenvolvimento de energia eólica, solar e geotérmica.
A maior delas, um projeto para a geração de 709 megawatts proposto pela Tessera Solar em 6,36 hectares no Vale Imperial, usará refletores em forma de pratos de radar conhecidos como “suncatchers” (ou captadores solares, em tradução livre) para concentrar a energia solar e ativar um motor de quatro cilindros para gerar eletricidade.
Um sistema de 45 megawatts proposto pela Chevron Energy Solutions, com até 40.500 painéis solares, vai ser construído em 422 hectares do vale Lucerna. Quando estiver completo, os dois projetos poderão gerar energia suficiente para cerca de 566.000 casas.
Salazar deve autorizar pelo menos outros cinco projetos este ano, a longo prazo a produção combinada de todas as usinas seria quatro vezes maior do que a das duas primeiras.
"É a nossa expectativa, vamos ver milhares de megawatts de energia solar brotando em terras públicas", disse ele a repórteres.
Mas mesmo com a aprovação federal, ainda há um grande obstáculo para a maioria dos projetos: encontrar espaço nas linhas de transmissão do deserto, a maioria das quais estão lotadas ou quase isso. No momento, existe capacidade para cerca de 345 megawatts dos 754 megawatts que viriam a ser gerados pelos dois projetos recém-aprovados.
O resto precisaria de novas linhas, como aquela proposta pela San Diego Gas & Electric de 197 quilômetros, que foi aprovada, mas enfrenta desafios em tribunais federais e estaduais.
Salazar salientou que os projetos dos vales Lucerne e Imperial tiveram o apoio das organizações Sierra Club, Conselho de Defesa dos Recursos Naturais, Defensores da Vida Selvagem e Sociedade Selvagem.
Os dois projetos foram alterados para atender às objeções dos ambientalista: eles têm uma emissão menor do que foi originalmente planejado e agora incluem mais compromissos para mitigar seu impacto. A usina localizada no Imperial usa pouca água, um recurso escasso no deserto. Ainda assim, grupos locais de proteção do deserto mantêm sua oposição e representantes de grandes grupos ambientalistas expressaram o seu apoio em declarações cuidadosamente elaboradas.
"Esses projetos não foram selecionados por nós", disse Johanna Wald, advogada sênior do Conselho de Defesa dos Recursos Naturais. "Eles são, por assim dizer, as cartas que nos deram para jogar. Então, estamos fazendo o melhor que podemos, trabalhando com as empresas, trabalhando com as agências", para "torná-las tão boas quanto podem ser".
fonte:ultimosegundo